5 Lições que aprendemos com Cristão



  Hoje estamos aqui não para falar sobre um livro qualquer, mas para falar sobre um clássico da literatura cristã, O PEREGRINO! Livro muito popular no meio evangélico, sendo o segundo livro mais lido depois da Bíblia. Seu autor, John Bunyan, um pastor puritano, muito renomado, autor de diversos clássicos da literatura cristã. Bunyan, que, segundo John Owen, "tinha o poder de tocar o coração dos homens", nasceu em 1628 em Elstow. Foi um grande ímpio desde a mais tenra idade, seguindo suas próprias palavras "Era meu deleite levar-me cativo pelo diabo, à sua vontade; cheio de todo tipo de iniquidade; desde criança poucos me igualavam em lançar maldições, praguejar, mentir e em blasfemar o santo nome de Deus". Desde então Bunyan se afundava cada vez mais em seus pecados, até que, em 1651, algumas mulheres apresentaram Bunyan a John Gifford, o pastor delas. Deus usou Gifford para levar Bunyan ao arrependimento e a fé. Em 1654, por seu excelente testemunho, Bunyan, foi designado diácono na igreja de Gifford. Em 1655,  centenas de pessoas o vinham ouvi-lo pregar. Ele tinha quatro filhas, uma delas, Mary, a primogênita, era cega. Mas, infelizmente, por vota desse mesmo tempo, sua mulher faleceu, e Bunyan teve que cuidar só de seus filhos. Em 1660, quando estava pregando em uma fazenda, Bunyan foi detido na acusação de pregar sem as devidas credenciais concedidas pelo rei. Quando lhe foi dito que seria solto na condição de que não pregasse mais, ele replicou: "Se for solto hoje, pregarei amanhã". Foi então para prisão onde passou doze anos e meio, longe de seus filhos, com os quais tanto se preocupava, tudo isso por amor ao evangelho. Durante esses doze anos e meio, Bunyan escreveu varios livros, entre eles, o que iremos tratar hoje, O Peregrino. Enquanto Bunyan enfrentava grande tribulação na cadeia, foi-lhe dado um consolo, quando este, contemplou, por meio de um sonho, as duras experiencias enfrentadas por Cristão e Fiel. Toda vez que Bunyan dormia o sonho continuava, e assim ele foi escrevendo o que aparecia no seu sonho. O livro é cheio de alegorias para representar a caminhada cristã por esse mundo até sua chegada no mundo vindouro. O personagem principal, Cristão, e seu companheiro Fiel (Nomes alegóricos), enfrentem varias coisas no meio de sua caminhada, até chegar a tão aguardada, Cidade Celestial. Mas que lições devemos tirar sobre a caminhada de Cristão até á cidade celestial?


1. Todo crente deve estar disposto a deixar seus filhos, mulher, bens e etc, por amor a Cristo. Cristão ver-se perturbado ante o grande fardo que carregava, até que lendo um livro, um homem, que se chama Evangelista, lhe diz qual o caminho para ele se aliviar do fardo. Cristão fica cônscio de que está habitando na cidade da destruição, e que precisa fugir urgentemente daquele lugar. Cristão explica o que está acontecendo a sua família, estes, porém, não lhe dão ouvidos e o acusam de estar louco. Cristão porém inicia sua peregrinação, ainda não chegando muito longe sua mulher e filhos começam a gritar para que ele voltasse, "Mas o homem tapou os ouvidos com os dedos e continuou correndo, berrando: "Vida, vida, vida eterna" então não olhou para traz mas continuou correndo. Nosso amor por Cristo deve fazer-nos deixar, se necessário,  nossa própria família, por amor a ele. Mt 10.37

2. Um cristão não está isento de tribulações em sua caminhada. Cristão, ao longo de sua caminhada, enfrenta vários altos e baixos em seu caminho até a glória. Enquanto estivermos aqui estaremos expostos ao desanimo, a provas, a tentações, enfermidades, crises, perseguições e etc... É falsa a doutrina que diz que um cristão não deve sofrer, ou, se sofre é porque está em pecado, ora o próprio apostolo Paulo sofreu, assim como os demais apóstolos. Enquanto estivermos aqui estaremos expostos a calamidades. Cristão enfrenta o pântano da desconfiança, encontra diversas armadilhas pelo caminho, passa pelo desfiladeiro da dificuldade, precisa lutar contra Apoliom no Vale da Humilhação, passa pelo Vale da Sombra da Morte, perseguição, seu amigo Fiel é morto na feira de vaidades, são aprisionados pelo gigante desespero e etc... Um crente verdadeiro enfrentara todas essas coisas, porém terá os olhos fitos no destino, a cidade celestial. Um crente nominal, ou um falso crente, por sua vez, irá abandonar sua fé na primeira aflição que vier sobre sua vida. Quando Cristão sai da cidade da destruição e inicia sua peregrinação, um morador daquele lugar, chamado Volúvel, se agradando da ideia de Cristão, decide segui-lo na caminhada, mas, quando chegam ao pântano da desconfiança, Volúvel se viu atolado, logo abandonou sua fé, e deixou que Cristão seguisse sozinho seu caminho. Quando Cristão chega ao desfiladeiro da dificuldade, esse responde "A dificuldade não vai me vencer" e subiu o monte. Outros dois que iam junto com Cristão, Formalista e Hipocrisia, vendo o desfiladeiro, resolvem mudar sua rota. Um falso cristão em tempo de luta, dão provas em seu coração de que nunca foram alcançados pela graça.

3. Um cristão não deve dormir em sua caminhada, isso implica, deixar de vigiar e se tornar vulnerável aos perigos da estrada. Cristão, certo momento, sente-se cansado e dorme, quão grande foi a insanidade de Cristão. Ele perde o rolo onde estava escrito as palavras do Senhor, depois vem a ver o quão insensato ele foi ao dormir naquele lugar. "Descia assim lamentando aquele sono pecaminoso, e dizia: 'Ah, desventurado homem que sou (Rm 7:24) por ter dormido durante o dia! Por ter dormido em meio as dificuldades! Por ter cedido assim ao desejo da carne, por ter usado o descanso para aliviar a carne. Quantos passos não dei em vão!'" Depois demostra seu profundo remorso "Ah, quem dera não ter dormido!". Dormir na caminhada significa deixar de vigiar e se tornar vulnerável aos vários perigos que existem na estrada. Será proveitoso seguir as palavras de Cristo: "Vigiai e orai, o espirito está pronto mais a carne é fraca."

4. Devemos percorrer o caminho confiando exclusivamente em Cristo. Nós somos fracos e sujeito ao pecado, enganam-se aqueles que dizem que podemos alcançar a santidade completa nessa vida, se assim fosse, Paulo não diria, em Romanos, cap 7, vs 19: "Porque não faço o bem que quero, mas o mal, que não quero, este faço." Por causa de nossa natureza pecaminosa, estaremos sempre expostos as acusações de satanás, dizendo que não devemos recorrer a Deus, que Deus nos odeia, e coisa dessa natureza. Devemos, porém, manter os olhos fitos em Cristo, e saber que ele já pagou os nossos pecados. Então em meio a todo sofrimento, ansiedade, medo nossos olhos devem estar fitos naquilo que Cristo  fez em nosso favor.

5. Devemos estar sempre avançando para o alvo, lutando o bom combate como um soldado. Não devemos estar olhando para as coisa que ficaram para traz, mas sim desejar as coisas do alto, a cidade celestial. Em meio as tentações, sofrimentos e lutas, devemos estar prosseguindo, rumo ao nosso destino. Não nos encantemos pelas coisas desse mundo, tudo isso é passageiro, nosso tesouro, o qual avançamos, é eterno, foi isso que cristão viu, e que não deixou que ele se extraviasse do caminho. Não devemos trocar nosso tesouro eterno por coisas passageiras. Andemos em direção ao nosso destino, sem vacilar, lutando um bom combate.

O Peregrino é um livro maravilhoso, todo cristão faria bem em lê-lo.

Autor: Emanuel Souza

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